quarta-feira, 29 de abril de 2015

MAIORIDADE PENAL 8-80, SERÁ QUE RESOLVE?

MAIORIDADE PENAL 8-80, SERÁ QUE RESOLVE?

1- Desigualdade Social, o que verdadeiramente pode ser feito por esta causa sem a burocarcia que é fortemente alvo de corrupção e principalmente, de mandos políticos que são populistas e sem resultados mensuráveis, avessos à oportunização da crítica e principalente da participação ativa dos participantes dos programas? Outras questões são os jovens negros que verdadeiramente tem uma tem uma dívida histórica não paga, e que a bem da verdade, nada pagará. Porém, um negro delinqüente, deve ser mais bem tratado que um branco delinqüente? A delinqüência tem cor para tratamento devido? Ou temos que propor uma dignidade negra, sua cultura, seu espaço, sua fé, e trabalhar por abertura destes espaços, sendo avidamente contra o preconceito, sem, contudo, diminuir a tenacidade da ação contra a delinqüência juvenil, seja de negro ou de branco.

2- Jovens protagonistas, com jovens reféns, são argumentos incombináveis. Ou lutamos por um ou por outro. Os políticos populistas são um atraso aos chamados produtores, os microempresários, os empreendedores individuais, às empregadas domésticas, os Camelôs, Comerciantes, pois não promovem leis trabalhistas e uma competitividade saudável no comércio, sem propinas. Precisam abrir espaço pra uma competição saudável, justa e com exigências de contrapartidas sociais. Um Estado regulador das relações, que defende uma ação promotora de qualidade de mão de obra, de espaços de desenvolvimento da arte e cultura, tudo o que o Estado tem feito ineficazmente e que impedi através de burocracias e propinas que as ações sociais como ONGs, OSs, entre outros façam com facilidade e resultado palpáveis.

3- Temos que tratar os abusos, maus tratos, crimes e negligências com nossas crianças e adolescentes. São necessários melhores espaços de denúncia e punição aos culpados. Isso demanda irmos em cima de quem decide. Temos muita gente carregando os slogans do não a redução da maioridade penal, mas não é propositivo em nada, não aparece na luta contra os corruptos, não promove leis mais severas contra os que abusam das crianças e que usam os adolescentes. Assim, vamos criando a cultura do “me maltrataram, eu possa maltratar”, como se o crime fosse abrandado porque antes este sofreu uma punição da vida. Enquanto houver arbítrio, enquanto existir escolhas, pode-se falar em qualquer punição, caso contrário acabou o assunto. Milhares de crianças assassinadas em 2012, por volta de 8600, 120000 crianças e adolescentes vítimas de maus tratos, 35000 sofreram violência sexual, mas nem todas serão criminosas ou repetirão o mesmo com outros. Precisamos de espaços de convivência que surtam efeito e não essa política medíocre que não traz resultados. E acima de tudo punição aos corruptores dos nossos menores. Mas nunca absolvição do infrator em nome de seu passado,seja maior ou um menor. Uma dívida enorme com as crianças e adolescentes são os conselhos tutelares que reúne gente política, sem vocação e sem uma produção prevista de resultados. Faz-se o que quer, dentro de ambientes precários com quem não compra a briga. Não dá.

4- É muito bom que o artigo 228 da constituição não permita que o menor de 18 anos receba a mesma pena de um adulto, mas também é importante que seja revisto o tipo de medida tomada, com promoção da transformação, com qualidade de resultados e avaliação de resultados. Este protecionismo sem diminuição de danos, sem trabalho produtivo, sem preparar pra vida tem que mudar. O que este jovem traz depois de uma internação? E porque é tão subjetivamente natural e até não temido uma internação pelos adolescentes? Há espaço pra proposição, senão, vamos perder esta luta pra quem não agüenta mais ver morte e sorrisos indolores de gente que parece que perdeu o senso do humano e o medo da consequência. O que pode ser feito de diferente, tem que ser feito, mas o que está sendo feito, não parece o que pode ser feito de verdade.

5- Não poderíamos desejar que qualquer pessoa passasse por este sistema carcerário. Não tem haver com idade, tem haver com humanidade. Vai-se um humano desestruturado por sua contextualidade, volta-se um perito em crime forjadamente pronto. Quem é mais ou menos preparado, um jovem de 17 anos, estudado, classe média ou um senhor de 30 que mal sabe escrever o nome, nem carrega na certidão o nome do progenitor. Não se tem equidade neste pensamento. As cadeias,  internatos, tem que mudar. A luta não é pelo jovem pra não ir para o "inferno", é também para o pai de família que entrou na errada da vida, ele também não tem que ir. Nem o "capeta", o bandido sem recuperação, deveria ir para o inferno de nossas prisões. A luta não está sendo Justa, só parcial. A Cadeia tem que recuperar, e pra onde os jovens adolescentes forem, os institutos que os receberem, também tem que nos devolver pessoas, como gente tem que ser.

6- Primeiro, existem jovens infratores que dão aula aos adultos presos, segundo, a preocupação de ensinar mais sobre o crime se dá por um espaço involutivo e sem o mínimo de proposição pedagógica. Nesse ambiente em que o jovem vai correr risco de molestamento sexual, adultos também correm o mesmo risco e isso não revolta ninguém? Adolescentes não têm que estar no mesmo ambiente que os adultos, mas também não podem sair de qualquer ambiente sem uma educação sexual, sem terem o respeito pela sexualidade de seus próprios colegas de internação. A violência dentro destes locais teriam que ser quase zero. A produção cultural, pedagógica, esportiva e de trabalho, renda pra família ou pra ele mesmo, uma realidade valorizada na formação dos trabalhadores de amanhã.

7- Estatísticas não resolvem. Os 15.426 jovens internados em ambiente fechado. Ou os 3,7% de crimes acometidos por adolescentes, sabendo que a maioria gritante dos crimes não são apurados no Brasil. Neste país as estatísticas criminais são uma piada e servem mais a grupos militantes do que a soluções verdadeiras. Não se trabalha comparando o incomparável, não se iguala o diferente, nosso desafio é o jovem adolescente infrator, e temos que desenvolver políticas públicas que impeçam este de chegar ao crime, de ser adotado pelo pai da boca. Mas isso exige atenção as famílias, mas do que políticas de minorias que brigam por espaço mas pouco fazem pela causa, chega de burocracia do Estado impeditiva de novos projetos. Fiscalizem, mas dêem condições de projetos sustentáveis. As instituições precisam ser fiscalizadas, mas precisa-se abrir processos licitatórios honestos com gente capacitada e vocacionada pra que se cobre os resultados, e vejamos jovens voltando transformados pra suas famílias e comunidades;

8- Não há notícia de dados estatísticos que defendam a diminuição da maioridade penal no Brasil e também não tem o oposto. O que precisa é deixar de uma discussão de extremos, uma ponta totalmente e radicalmente oposta a outra, pra que o diálogo possa levantar possíbilidades de trasnformação. O mesmo caminho não está levando a novas respostas. O que o povo quer é mudança, talvez a mudança que escolherão será a pior. Mas, pensando numa perspectiva sistêmica, quem sabe não gera um colapso e ao invés das duas extremas ideologias, se busquem uma solução intermediária, de transformação de um sistema falido, não só pro jovem adolescente, mas também pra mulher, pra mãe que engravida no presídio, pro presidiário que já pagou a pena e não foi solto, praqueles que vivem revezando pra dormir porque não se cabe tanta gente numa “gaiola” só.

9- Maioridade, menoridade, tudo isso é muito relativo. Um menino de 13 anos estudando em boas escolas, um adulto semi-analfabeto sem pai, sem destino, quem é menos preparado, é idade, é conhecimento, é afetivo, o que é justo nesta história toda. Graças a Deus pelo ECA, mas que todo o sistema, que toda a legislação, que toda constituição funcione. Que os grupos de direitos humanos enxerguem gente, no policial, no bandido, no menor e no maior, no homossexual e no padre ou pastor, nas minorias e nas maiorias. Não tenhamos medo de diminuir ou aumentar a maioridade, tenhamos medo de estarmos sem produzir prática, só teoria. O povo pensou nas Universidades e esqueceu dos bairros, das famílias, das igrejas. Estão lutando tanto contra os tradicionais e conservadores, que esqueceram a família nuclear, pensaram tanto nos homossexuais que esqueceram os meninos e meninas que não sabem seu papel social, pensaram tanto nos negros que esqueceram os pobres, aqueles que não têm o esperado preconceito, porque convivem, casam, amam os negros. Se a gente trabalhar teorizando a prática e praticando a teoria, não  teremos muitos jovens pra serem presos.

10- Uma última questão se dá ao fato de se chamar de reacionário ou conservador, quem pensa diferente. A população só está cansada de todo mundo vê-la ignorante, sem lhe capacitar pra refletir de forma mais livre possível. Já decidimos tudo que todo mundo tem que pensar e falar, a televisão, os jornais, todos submissos ao Politicamente Correto. Mas esta não é a situação do povo, as pessoas querem mudança, querem melhora, querem expressar, e por que não, querem ser convencidas. Chega de chamar gente boa de reacionária, chega de chamar religioso de conservadores, como se isso fosse negativo. É preciso diálogo, mas a dialógica prevê o diferente, a tese e a antítese, não se chega na desvalidação do diferente na melhor resposta. Então, vamos propor, vamos ser do sim a alguma coisa. Entendemos que a diminuição da maioridade penal não funciona, então propomos alguma coisa diferente do que aí  está?  Se não, como perspectiva sistêmica, que o sistema entre em colapso e encontre uma melhor reorganização.

RHONE GIULLIAN BRAZ DE ARAUJO, Ex Psicólogo Escolar, Terapeuta de Família, Ex Policial Civil, Ex Membro do Conselho de Assistência Social de Aparecida, Membro do Conselho da Empresa Desenvolvida, Pastor de Uma igreja, Ex Educador Sexual em Escolas, Palestrante, Pai, Marido, e um lutador pela juventudo do nosso Brasíl.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia internacional da Mulher

Dia da mulher celebrar a maior de todas as revoluções sociais. Não foram as guerras, nem as quebradeiras, foram as mulheres, que a partir das crises históricas foram levadas a se posicionar e buscar lugar de sobrevivência, que se tornou uma consciência de participação, de espaço.

Bom, temos tanto a comemorar, mas outra coisa aconteceu, o macho se perdeu, o homem se anulou. Agora, bebida, drogas, depressão, crise de identidade sexual, abusos sexuais, o que aconteceu com o macho.

Mulheres são felizes por terem seu espaço, só tem uma coisa que elas, não todas, estão sentindo falta, homens de verdade.

Feliz dia da Mulher!

Rhone Giullian

Quem tá dentro quer sair, quem tá fora quer entrar...

Nos últimos anos venho me dedicando a terapia familiar e de casais, lendo sobre casamento, o entendendo como produção cultural e histórica, pensando sobre família em suas díades relacionais, relações conjugais, fraternais, parentais entre outras. De tudo o que tenho visto e ouvido, um sentimento impera, não importa quantas mudanças aconteçam, tantas outras serão esperadas, esse sentimento é a insatisfação.

São insatisfeitos solteiros, estão sempre se sentindo em falta por não encontrar o grande amor. Estão insatisfeitos os casados, se sentem decepcionados na relação idealização realidade, estão insatisfeitos os filhos, cujo os pais dos amigos servem de comparação na atitude de criticar os pais, estão sempre quase todos insatisfeitos.

Este sentimento é perigoso, senão porque é motivo de infelicidade, por que nos faz ver as pessoas como instrumentos de saciedade da nossa fome sem fim. Creio que esta fome não pode ser saciada por relações humanas, é vazio existencial, de consciência. Somente um preenchimento essencial, de espírito e alma pode superar esta fome.

Verdade é que se sentíssemos que somos pão e não fome, água não sede, talvez seríamos menos vazios, pois nos relacionaríamos não na carência de expectativas mal resolvidas, mas na proposta de sermos transformadores das realidades alheias, a prova de frustração, sem contas a receber, mas doadores, alimentadores, enfim, saciados e satisfeitos.

Rhone Giullian

domingo, 29 de janeiro de 2012

Sarah Sheeva – Quando a solução não funciona, o problema piora

Sou de uma época onde a expectativa da igreja era influenciar tanto o mundo secular que conseguíssemos ganhar gente famosa. Lá atrás se convertiam pessoas famosas, mas nem tanto. Mesmo assim, qualquer pessoa que falasse que foi do mundo artístico e agora encontrou Jesus era um sucesso só, que o diga o cantor mais querido dos assembleianos, o Matos Nascimento.

Bem, mas em momentos de crescimento da quantidade de frequentantes de igrejas evangélicas, o que leva a um mercado grande e aberto, somado a um mercado secular em queda, existe um atrativo a desconfiança das pessoas em geral em relação ao aumento grandioso de conversões de artistas, famosos ou que já tiveram fama relevante no passado.

Em entrevista com Sarah Sheeva apresentada, no domingo 29, pelo SBT, a repórter Marília Gabriela deixa algumas desconfianças implícitas, porém, ao perguntar sobre muitos temas diferentes à sua entrevistadas, chega a tristes insinuações sobre os motivos “escusos” que levariam a filha de Baby do Brasil a buscar a igreja, entre os quais, interesse financeiro em possível crise fonográfica, problemas psicológicos e fanatismo, entre outros.

A oportunidade que Sarah teve, muitos outros artistas convertidos estão tendo, porém revelam nos discursos muito mais uma necessidade mal elaborada de falar o que estão fazendo diferente, de explicar suas experiências traumáticas que os levaram a buscar a igreja, dos seus dogmas esquisitos, mas parece que este tipo de discurso está sendo mal recebido tanto pelo não crente como pelos cristãos mais sérios.

Isso me leva a algumas reflexões:

- Será que não seria melhor este pessoal deixar de abandonar seus processos artísticos mundanos, pra fazer projetos artísticos seculares, mas agora com motivação e práticas restauradas e redimidas. (Claro que isso pode não ser possível para todos.) Assim ninguém lhes acusaria de buscar lucro com o mercado evangélico e ainda teriam oportunidade de influenciar o meio artístico de forma mais próxima e relevante.

- Ao invés de gastarem muito tempo tentando explicar o que faziam de errado que não fazem mais, não seria melhor dizer o que pensam de forma diferente e que pode transformar a vida das pessoas.

- As mensagens de Deus precisam chegar mais dentro ou fora dos ambientes religiosos? Qual a possível influência de um artista que canta sobre o amor, mas de uma forma mais alinhada com o amor cristão.

Sarah Sheeva é de Deus e tem ótimas motivações, mas parece que o cristianismo ficou mais longe da Gaby do que antes da entrevista. Avalie você, a espiritualidade do evangelho que leva a revelações mil, ou a prática consciente que leva a revelação palpável de Cristo? Graças a Deus pela salvação dos artistas!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Será que Deus quer mesmo nos USAR?

A Bíblia diz que Deus não é servido por mãos humanas (Atos 17:25), e que Cristo não veio para ser servido, mas para servir (Marcos 10:45, Mateus 20:28), então o primeiro paradigma que tem que cair é acharmos que Deus precisa de nós pra coisa alguma. Deus não nos chamou para trabalharmos pra Ele, mas para trabalharmos Nele, gerando substancialidade desta posição em Cristo. Ele é, e nós por estarmos Nele somos (I Jo 5:17). É uma questão de identidade, Ele é a videira e nos os ramos e por esta qualidade somos frutíferos. Não é uma condição de fazer mas de ser, identidade e não prática.

Deus não quer nos usar, Ele quer um relacionamento íntimo conosco, de forma que esta íntima e profunda relação de amor vai nos amalgamando à Ele a ponto de nos forjar na sua natureza (colossenses 2:9 e 10), então passamos a frutificar. Deus não nos usa, quem é usada é a prostituta, ele tem conosco uma relação frutífera.

Muita gente está buscando em Deus ser usados, às vezes por falta de entendimento, mas na maioria das vezes por ganância (Filipenses 1:17 e 18) . Deus não quer te usar, a obra de Deus é dele, ele cuidará de edificar a sua igreja, e as portas do inferno não vão prevalecer sobre a igreja que Deus estiver edificando, mas àquelas que são de homens "usados", esta vai cair (Mateus 16:18). Portanto, na palavra de Deus o início e o fim da igreja já estão registrados lá, e nós podemos fazer o que quizermos, está lá, não vai mudar. O que nós temos que fazeré conhecer profundamente o Senhor, e entender que a obra Dele, Ele preparou para que andássemos nela, antes mesmos de sermos criados (Efésios 2:10), o que precisamos é conhecê-lo tanto que identifiquemos Sua vontade, e quais boas obras o Senhor levantou para andarmos nela.

Um árvore frutífera que dê laranja não dará maça, se somos laranjeira, naturalmente daremos laranjas, sem fazer força. O obra de Deus são os frutos que geramos pela nossa relação com Ele, pelo nosso conhecimento Dele e da Sua vontade. Não peça pra Deus te usar, procure conhecê-lo, queira entender a paternidade de Deus, e naturalmente você começará a andar nas boas obras e grandes coisas ELE FARÁ EM VOCÊ E ATRAVÉS DE VOCÊ, de forma que a glória será de Deus e não sua.

por Rhone Giullian

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Hei Jobs, parece que leu a Bíblia!

O portal de notícias G1, lançou em homenagem ao recentemente falecido Steve Jobs, frases deste grande líder empresarial que comandava a Apple. Jobs revolucionou enquanto líder e ressuscitou uma empresa em momento de crise. Pra mim é interessante onde em algumas frases a consciência de tempo e propósito contribuiu na sua disposição de ser um dos melhores líderes que vimos em organizações. Quero refletir sobre algumas dessas frases:

“Lembrar que eu estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que eu encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Por que quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de se envergonhar ou de errar – isto tudo cai diante da face da morte, restando apenas o que realmente é importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira para eu saber evitar em pensar que tenho algo a perder...”

Essa foi a consciência que levou os apóstolos e líderes Cristãos nos primeiros séculos a com relevância e compromisso evangelizar o mundo. A perspectiva temporal de fim breve, ou mesmo uma consciência escatológica, tira-nos o orgulho amedrontador e paralisante, além de nos pressionar a disposição de experimentar o novo, marcar a história, ter uma vida relevante.

“...a morte é talvez a melhor invenção da vida. É o agente que faz a vida mudar. É eliminar o velho para dar espaço para o novo. Neste momento, o novo são vocês, mas algum dia não tão longe, vocês gradualmente serão o velho e darão espaço para o novo...

A perspectiva de relevância e tempo, a compreensão de que envelhecemos e são os jovens quem trazem a transformação na história, que o que construímos vai ser desenvolvido por outras gerações, deveria ser a consciência dos líderes evangélicos, a maioria destes se propõe a uma liderança castradora, encaixotando os jovens nos seus modelos, calando a voz profética e impedindo o correr do rio de Deus. É preciso entender a dinâmica do tempo, considerar instabilidade não programável da vida, de forma a abrir espaço para que as gerações mais jovens, nascidas nesse tempo histórico, orientados por valores e princípios eternos e por pessoas que discernem bem estes conteúdos, para que eles nos apontem o caminho de comunicarmos o evangelho imutável para todas as diferentes e mutantes gerações.

“Seu tempo é limitado. Por isso, não perca tempo em viver a vida de outra pessoa. Não se prenda pelo dogma, que nada mais é do que viver pelos resultados das ideias de outras pessoas...”

Bem, quando eu passo, sinceramente, a perceber o tempo e sua ligeireza, fico impelido a medir os feitos, e não sei se isso só se dá na minha consciência, tenho um afrontante sentimento de perda. Nós últimos anos, tenho me proposto a viver intensamente, aproveitando cada espaço, claro, sem esquecer que o ócio é importante quando criativo e que minha família é também parte desta vida. Parece que meu prazer por estudar, por escutar mais e falar menos, por viver experiências distintas, por ser menos preconceituoso e radical, por sorrir mais dos meus pequenos vacilos, aumentou na medida que meu tempo aqui nessa terra diminuiu.
Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Salmos 39:4
Hei Jobs! Parece que leu Bíblia.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Projeção do referencial paterno em Deus

Nos dias atuais, cresce a resistência à Deus, alguns resistem a ponto de negá-lo, outros o ignoram, mas alguns, mesmo se dizendo seguidores e servos de Deus, tem resitências que os impedem de uma relação plena e íntima com o Senhor.

Quero falar sobre algo que contribui muito para a dificuldade na relação com Deus, a Projeção que fazemos do nosso pai na pessoa de Deus.

Todos sabem que Deus é Pai, ele é assim reconhecido por Jesus e por seus apóstolos. Na oração que Jesus ensinou ele inicia dizendo que nós deveríamos orar chamando Deus de Pai. Assim Jesus estabelece o que Deus é na nossa vida, nosso Pai celestial.

Bem, para Freud e outros de seus seguidores, Deus é uma criação da mente humana que “projeta fortes desejos e necessidades internas e que a ideia de um “super-homem idealizado dos céus” é algo infantil e “o mundo não é uma creche”. (Armand M. Nicholi Jr. no Livro: Deus em Questão C.S.Lewis e Freud).

Para eles Deus é projeção, criação da nossa mente na necessidade de um super-pai, mas o que parece é que os ateus, justamente por projetarem a pessoa do pai em Deus, ficam revoltados com Ele e tentam negá-lo para poderem manter uma certa paz, já que se Deus Pai é como o pai deles, então Deus é um problema sério para a nossa vida.

Projeção é quando atribuímos a algo fora de nós algo que está dentro de nós, sentimentos, intenções e características pessoais que se nós às reconhecêssemos como nossa, sofreríamos angústia. Então para expressarmos tais questões pessoais que mantemos escondidas no nosso inconsciente, projetamo-las exteriormente para lidarmos com elas conscientemente e sem sofrimento. Assim, se somos invejosos e não queremos enxergar isso, projetamos nos outros esse sentimento, de forma que vamos vendo as pessoas ao nosso redor como invejosas.

A Bíblia em Romanos 2:1 fala que quando julgamos estamos nos condenando porque praticamos as mesmas coisas que condenamos. Isso é projeção, coisas que são questões mal resolvidas na nossa vida, que questionamos nos outros, mas que é uma situação que não queremos ver dentro de nós.

Nesse sentido, muitas pessoas que não chegam a negar a Deus, que se relacionam com ele na igreja e desenvolvem um certo nível de vida espiritual, podem ter um sério comprometimento nessa relação por projetarem os referenciais de paternidade, pai, padrasto, cuidadores, etc., em Deus, o que faz com que Deus carregue as características que internalizamos desses pais, tudo isso de forma inconsciente.

Assim, Deus é uma entidade cheia de falhas, humanamente corrompida, que falha conosco, que não cumpre sua palavra, que trai, agride, ou qualquer atitude negativa que nosso pai humano pôde ter em relação a nós.

Bem, cabe a nós julgarmos a nós mesmos, será que não temos percebido Deus Pai a partir do nosso referencial paterno equivocado? Será que por não suportarmos pensar que um pai, visto a partir daquilo que pensamos de pai, é todo poderoso e tem poder sobre nossa vida, e por isso queremos negar sua existência tentando não nos ver a mercê Dele?

Negar a Deus não o fará deixar de existir, nem crer na sua existência o fará existir, mas negá-lo por projetar nele suas decepções relacionais com referenciais de paternidade, é perder o privilégio de conhece-lo como Pai perfeito, que é amor, que não muda, que jamais rejeitará seus filhos. Não ter intimidade de filho para com o Pai celestial, por julgá-lo a partir de nossas experiências com referenciais paternais, é não viver uma vida plena (João 10), sem limites, que te levará além do que jamais você sonhou.

Fale com Deus sobre sua referência paternal, e encontre nele o Pai eterno, que vai curar plenamente sua vida.

Que você aceite a paternidade de Deus e seja verdadeiramente livre.

Por Rhone Giullian Rhonepsico.blogspot.com